Gastão – Um Campeão de Festival Nativista
Quando chegou a Estrela no ano de 1991, o que mais chamou atenção de Gastão Moojen Weissheimer foi o fato de todos lhe cumprimentarem. Esse comportamento das pessoas logo lhe cativou. Já aposentado na época, Gastão acompanhou a esposa que veio para trabalhar na extinta Caixa Econômica Estadual.
A cidade limpa, acolhedora, caminhada pelo Calçadão, bate papo com os amigos. Foi ficando e já mora no município há 22 anos. Tinha casa em Montenegro, mas preferiu permanecer em Estrela.
Nascido em Montenegro no dia 20 de maio de 1934 aguarda com grande expectativa o momento de comemorar seus 80 anos com toda família em 2014.
Formou-se em Contabilidade, e após em Direito na Unicruz, no município de Cruz Alta no ano de 1974. Estudou ainda Economia Política na PUC.
Trabalhou muitos anos na Prefeitura de Ibirubá, onde exerceu diversos cargos: Secretário da Administração, Procurador, Depto Jurídico e Contador.
É Delegado Honorário da Federação Gaúcha de Futebol, e afirma com orgulho que pode assistir jogos em todos os estádios do Brasil, mediante apresentação de sua credencial.
Na década de 1980 foi chamado pela FAMURS – Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul para ajudar na organização de diversas cidades que estavam se emancipando, localizadas no Alto Jacuí.
Mas um fato que lhe marcou foi uma viagem aos Estados Unidos, quando passou pela Rota 66 com mais dois amigos que o acompanhavam. Foi graças a um concurso literário vencido pelo filho que proporcionou a viagem, conta o simpático Gastão.
A Paixão pela Música:
O Bisavô de Gastão era imigrante vindo da Alemanha, tinha uma cervejaria em Montenegro chamada Primor. Trouxe consigo para o Brasil diversos instrumentos musicais e formou uma orquestra onde os filhos tocavam violoncelo, violino, flauta, entre outros.
Sua mãe era dirigente do Coral da IECLB. Colocava os quatro filhos a cantar enquanto tocava piano.
Tinham partituras e letras de músicas. Gastão gostava de cantar Casinha Pequenina ou ainda Índia em Português ou Jopara.
Lembra emocionado quando a mãe morreu. Um mês depois, a família se reuniu para cantar as músicas que Ela gostava.
Gastão Cantava em coral desde criança. Além disso, foi aluno do Colégio Sinodal em São Leopoldo onde assistia concertos e recitais, inclusive indo a Porto Alegre no Teatro São Pedro nas apresentações. Segundo Ele, Música é o maior dom que o ser humano recebeu de Deus.
Seus cantores preferidos são Nelson Gonçalves e Clara Nunes no Brasil. Também, as cantoras Teresa Parodi e Ramona Galarza da Argentina - região de Corientes. Valoriza muito letras e poesias das músicas.
Seu gosto por música é bem eclético. Vai desde o clássico (tem duas caixas de discos de vinil), passando por outros ritmos (possui coleções de CDs e DVDs). Mas sua predileção mesmo é o Chamamé, imortalizado no Rio grande do Sul por Luiz Carlos Borges.
Segundo Weissheimer, o Chamamé nasceu nas barrancas dos rios da Argentina, se espalhou pelo Uruguai e Rio Grande do Sul.
A Conquista do Festival:
Além de cantar no Coral de Ibirubá, Gastão com alguns amigos criou o Grupo de Arte Nativa Catavento. Apresentavam-se em muitos municípios daquela região.
Participaram em 1986 do FEGART – Festival Gaúcho de Arte e Tradição no município de Farroupilha, quando receberam o prêmio de destaque. Foram então convidados para representar o Brasil na Argentina.
Finalmente, depois de muito empenho veio a recompensa. O Catavento conquistou o 1º lugar como Grupo Vocal do FEGART de 1987, com a música do estrelense Paulo Ruschel – Homens de Preto. Concorreram contra 48 grupos musicais de todo Estado. Foi então que Nico Fagundes convidou o Grupo Catavento para se apresentar no Galpão Crioulo da RBS TV.
O FEGART antecedeu o FENART Festival Nacional de Arte e Tradição Gaúcha.
Nos dias de Hoje:
Gastão continua pesquisando. Tem noites que passa tempo na frente do computador baixando músicas até as 5 horas da madrugada.
Em aparelhos distribuídos em cômodos da casa, onde reside no Centro de Estrela, curte musica e acompanha cantando as melodias.
À tardinha é comum ver Gastão trocando idéias com os amigos no Calçadão de Estrela.
Faz parte do Grupo Costeiros do Rio Taquari, que tem o advogado Paulo Roberto Gregory como coordenador. Gastão inclusive foi homenageado pelos amigos em agosto de 2013.
Saiba Mais
Os Homens de Preto - Do Estrelense Paulo Ruschel
Os homens de preto, os homens de preto,
os homens de preto
Os homens de preto trazendo a boiada
Vêm rindo, cantando, dando gargalhada
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
Os homens de preto trazendo a boiada
Vêm rindo, cantando, dando gargalhada
E o bicho coitado não pensa em nada
Só vai pela estrada direito a charqueadas
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
Os homens de preto trazendo a boiada
Vêm rindo, cantando, dando gargalhada
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
Os homens de preto trazendo a boiada
Vêm rindo, cantando, dando gargalhada
E o bicho coitado não pensa em nada
Só vem pela estrada, vem, berrando, berrando,
vem berrando
O gado coitado, nasceu, foi marcado
Aí vai condenado na estrada berrando
A querência deixando
Os homens marvado empurrando e gritando
Toca boi, toca boi
O gado coitado, nasceu foi marcado
Aí vai condenado direto a charqueada
Mas manda a poeira no rumo de Deus
Berrando pra ele dizendo pra Deus
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
Os homens de preto, empurrando a boiada
Vêm rindo, cantando, dando gargalhada
Deus, Deus, Deus, Deus, Deus, você fez
Matéria - Airton Engster dos Santos
Publicado no Jornal Folha de Estrela - Outubro de 2013