quinta-feira, 5 de julho de 2012

História do Colégio Santo Antônio de Estrela


Santo Antônio – Um Colégio de Irmãs 

Louvemos a Deus que do pó fabrica o ouro e aurifica o pobre empreendimento da criatura. Louvemos a Deus que fez descer o áureo orvalho de suas bênçãos sobre esta Casa de Educação. Bendito seja Deus que facultou ao tempo dourar os louros que engrinaldam a Escola Santo Antônio. Assim inicia a narrativa sobre o Colégio Santo Antônio, descrita na Poliantéia comemorativa ao 75º aniversário da chegada das Irmãs Franciscanas ao Rio Grande do Sul (1872 – 1947). 

“Um Colégio de Irmãs”. As educandas seriam instruídas na santa religião e as filhas de São Francisco seriam seus guias no rumo para a pátria celeste. É pois de se admirar que o povo acompanhe com vivo interesse a conclusão do edifício, sobre uma colina, no centro da vila, visível a grande distância. 

Com ansiedade espera-se o dia 11 de janeiro de 1898, dia marcado para vinda das irmãs. Os caminhos quase intransitáveis pelas chuvas não atemorizaram os bons colonos, que vinham de longe para saudar as queridas irmãs. 

Horas e horas se escoam, ansiosos olhares se dirigem para estradas barrentas pelas quais deveriam chegar. Onde estão aquelas que assim se fazem esperar. Na véspera quatro irmãs embarcaram em Porto Alegre. Subiam pelo Rio Jacuí. A viagem foi boa até na foz do Rio Taquari. 

As obras de Deus em geral começam com dificuldades. Horrível tormenta obrigou a embarcação a atracar. Os bancos duros e a agitação impediram que conciliassem sono. Pelas duas horas da madrugada continuou viagem, cheias de vicissitudes. As águas do Rio Taquari haviam baixado muito em razão da seca. Depois de duas horas tiveram que passar para um bote, navegando a remos ou empurrado por negros robustos. 

E lá seguiam as quatro missionárias, apreciando a paisagem do Rio e recitando preces matinais. As três últimas horas de viagem foram de carreta, puxada a burros. Nos lugares difíceis, apeavam e caminhavam longos trechos. Enfim se aproximaram de Estrela. Um grupo de cavaleiros apresentaram-lhes as boas vindas e anunciaram sua chegada por meio de grande alegria. 

Ecoou um grito geral: Elas vêm! Elas vêm! Nas montanhas próximas repercute o tiro dos morteiros, o pipocar dos foguetes e o som da banda de música. Brilham de alegria os olhos dos anciãos e das inocentes crianças que nunca tinham visto irmãs. 

Passa a carroça por entre filas formadas. Perto da Igreja Matriz, apeiam, sendo saudadas primeiro pelo povo e depois pelo Revmo. P. Reichmut, vigário da paróquia, o que foi para as recém chegadas, motivo de alegria, pois os Padres Jesuítas sempre se mostraram amigos das Irmãs. 

Ao toque de órgão entraram na Igreja Santo Antônio, onde ressoou festivo Te Deum, enquanto as recém chegadas oferecem todas as suas forças e boa intenção de muito trabalhar para a glória de Deus. 

Segue-se a procissão, passando por arcos triunfais, até o novo colégio, todo ornamentado com o verde das matas. À noite subiram ardentes preces de ação de graças ao Pai Celeste. Poucos dias depois, no dia 16 de janeiro de 1898 iniciam as aulas. 

Pesquisa: Airton Engster dos Santos 

Fonte: Poliantéia Comemorativa do 75º Aniversário da Chegada das Irmãs Franciscanas ao Rio Grande do Sul – 1872-1947 – Documento do Acervo da Aepan-ONG.

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