Picadas de Estrela
Escola, comunidade e igreja
Os
imigrantes ou descendentes deles, que povoaram Estrela, em sua grande parte,
logo trataram de erguer escolas, as primeiras da região.
A
vida dos membros da comunidade girava em torno da escola e da igreja. Tinham a
convicção de que a igreja deveria ficar próxima da escola. Para os colonos, a
educação dos filhos tratava-se de assunto muito sério e importante para igreja
e comunidade.
Ter
cidadãos honrados, educados, sábios representava força para comunidade, pois
seriam pessoas capazes de cuidar também dos interesses coletivos.
Os
imigrantes alemães chegados ao Rio Grande do Sul, a partir de 1824, a Estrela
em 1856 e Teutônia 1858, ficaram inicialmente isolados nas chamadas picadas.
Formaram
suas comunidades de acordo com os valores culturais trazidos da Europa, já que
não sofreram nenhum processo de aculturação de parte dos Luso-brasileiros, em
virtude do isolamento natural a que foram submetidos.
Assim,
diante da falta de escolas governamentais, ou de outras instituições de ensino,
serviram-se do idioma que trouxeram da Alemanha, constituindo escolas
comunitárias, associações recreativas e religiosas, onde só se falava o alemão.
Na
verdade o idioma servia como elo de união para preservação de valores culturais.
Na medida em que as comunidades foram se definindo suas instituições, igreja e
escola fizeram da disseminação da língua um culto.
Algumas
pessoas mais instruídas, na ausência de professores regulares, eram contratados
como mestre-escolas. Não raro também ocupavam os cultos evangélicos como pseudopastores,
suprindo desta forma a inexistência de cléricos ordenados.
Desde
1856 até 1937, quando o Estado Novo de Getúlio Vargas, iniciou a campanha da
nacionalização, a etnia alemã no Rio Grande do Sul, principalmente nas
colônias, entre elas Estrela e Teutônia, se constituía uma verdadeira nação
dentro do território brasileiro.
Formavam
grupos dentro das chamadas colônias, o
isolamento geográfico, e outros de ordem cultural (idioma, comunidade,
escola e igreja), faziam com que fosse impossível a penetração da cultura
luso-brasileira.
Apesar
de viverem no Brasil, suas mentes pairavam na longínqua Germânia. O contexto
cultural que alimentava as comunidades provinha da Alemanha.
Em
seguida aos primórdios da colonização, os pastores evangélicos, jesuítas
alemães e professores, cultivavam a língua, os costumes, as tradições, a
música, o canto, inclusive a escola e religião era apresentado segundo contexto
alemão.
Pesquisa:
Airton Engster dos Santos
Bibliografia
consultada:
Reminiscências de Arno Sommer;
500 Anos de Colonização - IBGE;
Do Deutscher Hilfsverein ao Colégio
Farroupila 1858/1974 de Leandro
Telles.
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