domingo, 24 de junho de 2012

Revolução Federalista 1893 - 1895 Causa Invasões a Estrela Parte II




Revolução Federalista 1893 - 1895
Causa Invasões a Estrela
Parte II

Primeira Invasão da Vila de Estrela:

Segundo Álbum do Cinqüentenário de Estrela, no dia 27 de maio de 1893, às 10 horas da manhã, os rebeldes maragatos, sob o comando de Eloy Joaquim de Moraes e Juca  Mendes, entram na Vila de Estrela, invadem a Intendência e travam combate com a Guarda Municipal que, comandada pelo Sargento Antônio de Bittencourt, apresenta sérias resistências.

Os relatos são aterrorizantes, a cena é indescritível. Na luta travada, inclusive com arma branca, muitos tombam mortos,  ou feridos gravemente, dentre os quais o Sargento Bittencourt, que pereceu na batalha defendendo a Vila de Estrela.

O terror e o pânico da população da Vila, obrigou a fuga muitas pessoas, dentre elas do Intendente Municipal, Joaquim Alves Xavier, que já no dia anterior a invasão, havia fugido, dizendo-se sem elementos para lidar com a situação.

Com a chegada das forças legalistas, sob o comando do coronel Manuel Lautert, em seguida, os rebeldes sem põem em fuga.

Outros rebeldes, comandados por José Altenhofen, tentam entrar na Vila de Estrela, mas desistem do intento, pois temiam as forças de defesa comandadas pelo coronel Lautert.

São distribuídos forças de defesa, em diversos pontos da Vila, e o interior foi vasculhado em busca dos rebeldes.

Segunda Invasão a Vila de Estrela

Em 30 de outubro de 1893, a Vila de Estrela é novamente invadida, liderados pelos revolucionários Maragatos, Palmeira e Altenhofen, com tiroteio e gritaria pelas ruas, indo em direção a Intendência Municipal.

Houve reação de alguns poucos, o vigário da Paróquia, Padre Eugênio Steinhardt, intermediou, a guarda municipal se entregou sob garantia de vida dada por Altenhofen. Houve prisão do vigário e do irmão Grones que fez um relato detalhado da situação. Depois foram liberados.

Também dessa vez os maragatos não permaneceram na Vila de Estrela por muito tempo: Poucos dias depois chegava a tropa republicana de Santos Filho que limpou a área.

Em seguida retornou de Taquari, o intendente municipal, Pércio de Oliveira Freitas, com um corpo de policiais mais numeroso e reforçado, cabendo ainda o recrutamento de voluntários para guerra, conseguindo 60 soldados.


Terceira invasão da Vila de Estrela

Em março de 1894, as forças revolucionárias novamente entram na Vila de Estrela, comandadas por Aníbal Geraldo e José Altenhofen, mas desta vez apesar do número de combatentes, uma coluna de patriotas, comandados por Faustino Augusto, impedem que tomem posição de ataque.

Dispersados sem orientação, retiraram-se em debandada, muitos se jogando no Arroio Estrela, atravessando a nado. Na fuga deixam para trás muitos cavalos encilhados e lanças.

Os ânimos continuam exaltados, aparecendo de quando em vez algum grupo revolucionário pelas colônias de Estrela. O coronel Lautert, juntamente com Santos Filho a nível regional, comandavam as forças legalistas.

Saiba mais:

A Revolução Federalista tinha como objetivo a troca da oligarquia que estava no poder no Rio Grande do Sul, que tinha como maior líder, Júlio de Castilhos, por aquela liderada por Gaspar Silveira Martins, que foi desalojada do poder, com advento da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.

A Revolução Federalista, é uma história de intolerância, violência e fanatismo político.

Até hoje é difícil compreender as atitudes brutais que dividiram o Estado em Maragatos e Pica-Paus.

Pesquisa:
Airton Engster dos Santos
Bibliografia Consultada:
Aspectos da Revolução de 1893 – Moacir Flores e Hilda Agnes Hübner Flores;
O Município de Estrela – História e Crônica – Lothar Hessel;
Álbum do Cinqüentenário de Estrela – Administração Municipal 1926.

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