Trapiches e Maxombombas
Com
objetivo de transporte de produtos, mercadorias, e até de passageiros, diversos
barcos navegavam pelo Rio Taquari, desde os primórdios da colonização, o que
tornou necessário a construção de trapiches nas barrancas do Rio Taquari.
Eram
armazéns para depósito de produtos que chegavam à região através de barcos e
para abrigar mercadorias agrícolas e industriais a serem embarcados Porto de Estrela ou outros da região.
Os
armazéns eram providos de maxambombas, que tinham como objetivo a carga e
descarga dos vapores ou gasolinas atracados nos portos.
O
antigo Porto de Estrela se localizava na Rua Arnaldo J. Diel, inaugurado em
1924, era um dos mais movimentados do Rio Taquari, pois por Ele atracavam os
barcos que chegavam trazendo mercadorias e levando produtos, de todo município
para capital.
Pela
natureza das barrancas do Rio Taquari, foi necessário a instalação das
históricas maxambombas, em função das dificuldades para carga e descarga dos
barcos. As maxambombas faziam a ligação e o transporte, dos produtos
armazenados, até o cais do porto, localizado praticamente ao nível das águas.
Haviam
pessoas e empresas especializadas na construção da engenhoca, pois eram
necessários conhecimentos técnicos para o funcionamento perfeito do
equipamento.
Segundo
o historiador Gino Ferri, no interior do trapiche (armazém), era instalado um
pião, feito com tronco de madeira, onde era enrolado um cabo de aço, em cujas
extremidades eram presos os dois troles (pequeno carro descoberto), os quais
rodavam sobre trilhos de aço, desde o armazém, até o nível da água, de maneira
que enquanto um trole subia, o outro descia, fazendo desta forma a carga e
descarga dos barcos.
O
pião tinha um cambão (peça de pau que se junta ao cabeçalho do carro puxado por
mais de uma junta de bois) para movimentação do mesmo, feita por tração animal,
que funcionava numa caixa especial, em sentido circular.
Mais
tarde os troles passaram a serem movimentados por força elétricos.
Os
dois pares de trilhos por onde rodavam
os troles, eram suportados por esteios. Entre os dois pares de trilhos havia
uma escada desde o armazém até o nível da água.
Texto:
Airton Engster dos Santos
Imagem:
Aepan-ONG
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